Friday, November 30, 2007

Mulheres esteticamente apelativas

Haaa, então ela é tua amiga? Maravilha.

Heehe, sim, ela é uma “gaja boa”, mas é casada, lamento informar.

Podes poupar na redundância, quando disseste que ela era “boa” eu percebi imediatamente que ela tinha namorado ou marido. O epíteto de “gaja boa” por si só já define a sua situação conjugal, funciona exactamente como um bilhete de identidade, por lá é possível saber praticamente tudo.

Isso não é verdade, elas podem não ter namorado.

Sim, é verdade, nessa altura o bilhete de identidade caduca, mas nos dias de hoje a renovação do BI é feita em poucos dias, com uma prontidão notável. Chama-se a isso “a optimização da burocracia”.

Monday, November 26, 2007

Socialist brain



Carregar na imagem para ver melhor, sff.

Sarcasmos

Dizem-me frequentemente que sou sarcástico. Penso que, em termos gerais, até o dizem com uma conotação positiva. No entanto a célebre frase “Sarcasm is the lowest form of wit” está sempre na minha mente. Quando as pessoas me dizem, em forma de elogio, que eu sou sarcástico, acho sempre que elas estão a ser sarcásticas.

Thursday, November 22, 2007

O dia de hoje

O tempo passa. Ainda não sei nada, ou sei alguma coisa que sabe a nada mas que serve para saber mais que muitos e menos que poucos, que são os que me interessam. Não é prepotência, é outra coisa qualquer que também não sei. Desconheço se mais tarde isto fará sentido, agora já não faz muito, mas pode ser que funcione como os autores do passado, fazem sentido ou não, estão na moda ou não, mediante o que se quiser provar ou instituir no presente.

Olho para trás. Não é novidade, bem sei, as imagens da minha vida não passam à frente dos meus olhos, segundo o povo, é porque não estou às portas da morte. Agradeço ao povo, como entidade bem educada que sou. Mas as frases, essas pobres conjugações de letras, símbolos, significados, significantes e afins, estão bem presentes na definição do meu eu social. Vou tentar elaborar as frases que mais ouvi de pessoas que comentam o que supostamente sou.
As frases que me costumam dizer com mais frequência são as seguintes...

Número 1 – “Tu és um ser muito racional”
Número 2- “Isso é muito complicado (eufemismo para “chato”), tu intelectualizas tudo, bolas”
Número 3- “Tu não te sabes divertir, relaxa, mexe o corpo. Não ouves a música?”
Número 4- “Será que tu és capaz de dizer alguma coisa agradável a alguém?”
Número 5- “Estou sempre à espera que tu digas alguma coisa só para me rir”
Número 6- “Já cá faltava a tirada sarcástica”
Numero 7- “És muito giro”

PS: Se um dia alguém me conhecer pessoalmente, já sabe o que não deve dizer para não cair na falta de originalidade. Excepto claro, a frase número 7, que eu inventei porque dizem-me que o dia de anos é suposto ser um dia festivo e, parecendo que não, não gosto de ser desmancha prazeres. Logo, toca a dizer a frase número 7 muitas vezes, se faz favor.

Wednesday, November 21, 2007

About humor...

Sunday, November 18, 2007

A mesma coisa

Já foste ao Jardim da Celeste?

Já, já fui.

Entre um e outro orgasmo?

Acho que não estamos a falar da mesma coisa.

Estamos sempre a falar da mesma coisa mesmo quando pensamos que não.

Saturday, November 17, 2007

Black Books

Tenho de te emprestar o Dvd com a primeira “season” da série.

Obrigado, estou curioso para ver.

Acho que vais gostar, tem tudo a ver contigo. A segunda “season” então é fabulosa, mas tu vais ver a primeira, que é a que eu tenho.

Uma boa metáfora para a minha vida, a segunda é fabulosa, mas eu tenho de viver a primeira.

Tuesday, November 13, 2007

I love you

Agradeço desde já a todos os que perderam tempo a ouvir e a comentar os esquissos musicais que se encontram na minha página do Myspace.
Neste blog estão presentes vários desses comentários. Não me compete opinar em público sobre questões técnicas de índole musical, porque tal é deixado para a fase de produção, mas não posso deixar de comentar algumas observações de carácter ideológico.

Algumas vozes foram da opinião de que um refrão que é constituído pelas palavras “I love you” é um refrão já muito batido e gasto. Pergunto-me se tal é verdade...
É sem dúvida alguma. Haverá alguém com 1 olho e 1 ouvido que não ache que sim? A questão não está em saber se é já muito batido/gasto ou não, mas sim porque raio o autor decidiu usar tais palavras (considerando que ele (eu) não tem 5 anos). Por razões óbvias não irei explicar o sentido de “I love you” para a canção, mas é possível explanar sobre um sentido mais lato.
Nos anos 40,50,60 não era inusitado usar tal escolha de léxico nos pontos fortes das canções, hoje em dia é. Isso é tudo o que me interessa.

Para não ofender o senhor Einsenstadt e as suas múltiplas modernidades, vou-me concentrar na nossa modernidade, na ocidental europeia.
Max Weber escreveu que a modernidade estaria na racionalização e na burocratização. Não estava longe da verdade, o próprio homem moderno é o homem (supostamente) racional e burocrático. Actos de fé, por estes territórios, não precisam de ser fundamentalistas para serem apelidados de irracionais, basta acreditar-se no que não se pode provar para estarmos a fugir ao legado iluminista do culto da razão. Tal não é moderno, não é cool, não é hip, tal é, acima de tudo, uma fraqueza (do tipo que não está longe da menoridade intelectual).

O mundo não é intelectual, mas deve ser enquanto objectivo (edilicamente falando). O mérito máximo está hoje em dia, em termos gerais, ligado a actividades do mundo das ideias. O auto controlo emocional é premiado como sendo o trampolim fundamental para a produção intelectual. Isto para dizer que os sentimentos são, em termos gerais, um empecilho civilizacional. Até as raparigas começam a preferir (desta vez oficialmente)os sarcásticos e inteligentemente cínicos do que os retrógrados simplórios de flores na mão e deixas amorosas retiradas dos livros que as suas mães liam (se é que liam). Perdeu-se o homem bom/homem mau e ganhou-se o homem optimizado. O homem optimizado só mostra sentimentos quando estes estão processados através da intelectualidade. O sentimento cru é o pão dos pobres, ou pior, é o rendimento da segurança social em 2050.

Dizer “I love you” nesta altura é um acto de loucura. Dizê-lo num refrão é o mesmo que me mandar ao rio com uma âncora atada ao pescoço. É uma necessidade de frisar que estou fora do tempo mesmo que não esteja. É rezar uma oração em acto de desespero no meio de um multidão voyerista. Nem Cristo seria capaz de tal abnegação em prol de uma causa tão pueril. Mas por vezes apetece destruir o prédio para perceber o que existe por baixo, para perceber o que os vizinhos vão pensar do que lá estava, para consumir directamente o que vem sempre em embalagens pitorescas, não como regra, apenas como pontual excepção, como lembrança do que podemos ser mesmo que nem interesse particularmente para o contexto actual. Mas terá interesse? Tem. Porque toda esta verborreia textual não tem um milésimo da importância que um “I love you” pode ter quando colocado no sítio certo. Por vezes, o sítio certo, é o refrão de uma canção.

PS: As famigeradas palavras estão no tema “The dogs”

Monday, November 12, 2007

Eu sou um canibal

No último fim de semana, no bairro alto, encontro um grupo de italianos, que supostamente era constituido por conhecidos das pessoas com quem eu estava. No decorrer da conversa alguém fala em tom elogioso de Chomsky, percebi logo que estava em território delicado. Quando contesto as ideias do senhor, um italiano mais dinâmico pergunta-me quais os autores de que gosto, como não me apetecia entrar em pormenores limitei-me a dar nomes de alguns pensadores canónicos do pensamento liberal como Hume ou Locke. Depois de um ar meio baralhado e depois de eu ter lançado a palavra “liberalismo” ele responde-me prontamente “liberalism is canibalism” . Ao perceber que a conversa realmente só podia ter morrido ali, eu terminei a questão dizendo “Thats fine by me as long as the cooks are good” . O que fui eu fazer. O senhor ficou bastante zangado alegando que o Fidel é o verdadeiro comunista, que na Rússia nunca existiu comunismo e que é preciso parar esta voracidade capitalista (e se possível bater neste pobre lisboeta que ele pensava ser um inglês infiltrado).

Afinal de contas, foi apenas mais uma noite no Bairro Alto.

Saturday, November 10, 2007

Placebo

É pena que seja tão caro, tenho saudades de fazer psicanálise.

Para quê?

Para me conhecer melhor, ora.

Gostas de placebos, estou a ver.

Placebos? A Psicanálise não é um placebo, é a busca do conhecimento do nosso eu, permite-nos saber melhor quem somos e quais são os nossos limites, tu sabes perfeitamente disso.

E resulta, ficas a conhecer-te melhor?

Acho que sim

Excelente, então o placebo é eficaz.

Não é um placebo, bolas, é algo muito concreto, é o assimilar de conhecimento sobre o que nós somos por detrás do que aparentamos ser.

E o que é o conhecimento?

Ora, é a informação que obténs sobre ti mesmo.

E quem te garante que essa informação é correcta?

Ninguém, não há certezas absolutas, mas temos de acreditar em algo sobre nós.

Acreditar em algo perfeitamente axiomático, com poucas ou nenhumas provas empíricas estáveis, apenas pela utilidade e benefícios da crença, parece-me, em si mesmo, uma excelente definição de placebo.

Não se pode falar contigo.

Friday, November 09, 2007

"Making of" the um filme anti capitalismo (aka "Consuming Hypocrisy")

Wednesday, November 07, 2007

A capacidade de adicionar


Mais uma adição musical na minha página do Myspace. Esta música chama-se “Relative” e é uma visão moderna, pós-moderna ou hiper-moderna da contemporaneidade (estou na dúvida se isto será redundante), ou pode não ser nada disso, depende.
Prometo que em breve este blog voltará às tonterias não musicadas.

Tuesday, November 06, 2007

Correspondência musical

Adicionei mais uma das minhas canções (e respectiva letra) na minha página pessoal do Myspace. Chama-se “Lady Luck” e é tocada ao piano, piano esse que tende a fugir-me das mãos quando a toco, facto que vai ser perceptível quando a ouvirem, o que realmente me chateia é que o microfone costuma, juntamente com o piano, fugir da minha boca quando a toco, não que eu tenha grande prazer em ouvir a minha voz, mas porque para jogar ao gato e ao rato já bastam os outros humanos, tudo vai mal quando até o último refúgio de um homem, que é a arte, foge dele (se estiver a soar como um locutor de rádio avisem-me).

Adicionei também outra versão da música “The dogs”, substancialmente diferente da anterior. O que me leva para o objectivo destas amostras, que consiste na possibilidade de ir reunindo opiniões do restrito círculo de leitores deste blog durante o processo de construção dos temas.
Quem gostasse de partilhar opiniões, ideias, perguntas, respostas, observações, em relação às músicas em que estou a trabalhar, agradecia que escrevesse para este mail filipe_miguel_faria@hotmail.com (é o mail com o qual lido diariamente).

Ps: Se for para me dizer que é melhor dedicar-me à pesca, esqueçam, já me dedico, mas sugestões de outras actividades também não seria mal pensado.

Monday, November 05, 2007

"The dogs"


Abro hoje, na barra do lado, um novo link para a minha nova conta musical do Myspace, onde vou mostrar algumas músicas escritas e interpretadas por mim. De tempos a tempos irei mostrar novas canções em que estou a trabalhar. Para já fica para amostra uma versão acústica de “The dogs”(com a respectiva letra).

Friday, November 02, 2007

Porque é que não há socialismo nos EUA?

Antes de chegar a Lipset, seria interessante perceber como Shmuel Eisenstadt enquadra a pergunta da praxe “Porque é que não há socialismo nos EUA?”

Eisenstadt alega que a construção da identidade colectiva e premissas de ordem social e política são, em qualquer sociedade fundados em noções cosmológicas e ontológicas fundamentais, baseadas na religião.
Tal como nos movimentos socialistas, a crença americana também se baseava no poder do povo, mas vista de forma radicalmente diferente, porque esta acreditava na capacidade para liderar/decidir do individuo e não numa entidade estatista de carácter supra-regulador, estando presente que só havia uma entidade superior ao povo que seria Deus.
Assim sendo, importa dizer que o ideal de “Novo” é importante para esta construção de identidade, a ideia de que os EUA seriam uma nova ordem (a american way of life) que cortaria com os vícios de governantes passados (nomeadamente europeus) de tiques absolutistas, totalizantes ou centralistas, aproximando-se de um certo messianismo que vê os novos valores de uma nova nação como capazes de elevar os valores humanos e torná-los universais.

A ideologia americana é marcada tradicionalmente por uma grande Utopia de valores morais. As crenças no individualismo e no republicanismo (que se baseiam no iluminismo e em crenças do protestantismo). Mais uma vez, a utopia americana consistia em fazer cumprir os desígnios constitucionais e ideais metafísicos (através da sua purificação) do que em alterá-los. É possível portanto dizer que não havia lugar para outra Utopia (de valores socialistas) quando já se estava a tentar cumprir uma.

Isto leva-nos ao conceito de protesto, que é o que normalmente muda as sociedades. Sendo o protesto feito no sentido do cumprimento da constituição e das ideias vigentes, a mudança dos mesmos tinha pouca ou nenhuma força, apesar das tensões.
No que diz respeito à desigualdade, esta não era vista em termos de classe mas em termos moralistas, distinguindo os “produtores” dos “parasitas”, louvando os primeiros e criticando os segundos, isto é, a distinção era feita entre os que queriam realmente trabalhar, produzir, inovar, e os outros que queriam simplesmente parasitar.
Assim como no socialismo, o protesto contra os monopólios sempre existiu de forma proeminente em território Americano, a grande diferença está no facto do protesto ser expresso de forma a criticar a negação do acesso às possibilidades de competição, às oportunidades e não a pretender uma suposta igualdade no fim do processo, pretende a possibilidade universal de produzir fazendo a apologia dos frutos de uma vida boa.
Consequentemente não se critica a desigualdade, mas sim o excesso de desigualdade, condenando-se as pretensões de superioridade e a concentração absoluta do poder seja ele qual for (talvez seja esta a maior colisão com o socialismo).

Quando terminar o livro do Lipset, continuarei esta saga aparentemente inútil...
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