Thursday, April 30, 2009

Hugh Laurie canta a canção de intervenção perfeita. A canção com a solução para as desigualdades sociais.

O Poder

As leis fundamentais não podem ser mudadas. Quando me perguntam qual a minha ideologia política, sei que me estão a perguntar: "lutas com espada, faca, pistola ou metralhadora?"

Saturday, April 25, 2009

25 de Abril: A Liberdade e a Igualdade como Monopólio


Não sei o que é o 25 de Abril. Procurei em livros, perguntei a professores, indaguei exegetas e as suas repercussões ao nível da psique nacional continuam a fazer pouco sentido na minha cabeça. No dia em que todos os defensores da liberdade usam um cravo na lapela, é fácil perceber que não há qualquer homem que se denomine de esquerda que não ostente esse maravilhoso exemplar da botânica. Bem o sei, eles não são amantes da biodiversidade, senão variavam um pouco na escolha da planta. O que a simbologia floral realmente representa é a eterna autoridade moral que a esquerda conseguiu construir neste país. Uma forma de dizer: “Eu sou pela liberdade. E tu que não usas o cravo não podes ser pessoa de confiança.”.

Não irei perorar sobre o facto de os revolucionários do 25 de Abril serem os homens do poder de hoje em dia, visto tal ser auto-evidente. Os iconoclastas do cravo não eram jovens pobres e sem educação no sentido técnico do termo, eram já senhores com estatuto suficiente para penetrarem nos meandros do poder governamental, e assim o fizeram. De igual forma, mostram-nos as medalhas que justificam a sua presença nas elites nacionais. Actualmente, não se coíbem de nos lembrar como eles são os responsáveis pela liberdade.

A liberdade? Não sei o que é o 25 de Abril.

O que o 25 de Abril veio trazer de realmente novo foi a reconstrução da propriedade do léxico português. A eterna luta ocidental entre os dois valores cristãos (liberdade e igualdade) de repente deixa de existir. O conceito de igualdade estava já tradicionalmente do lado da esquerda, que acusava a liberdade de acção de ser uma forma de opressão dos poderosos sobre os indefesos, o principal inimigo dos esquerdistas era (e ainda é) o liberalismo que coloca a ênfase na liberdade do indivíduo. Em 1974 eles ganharam o jackpot, ao ajudarem a derrubar um sistema ditatorial em nome da “liberdade”, apropriaram-se dos dois valores fundamentais do ocidente, criando uma escola de pensamento onde não há espaço para a dissidência. A esquerda tornou-se dona da igualdade e da liberdade. Não restou, então, outra solução para os discordantes com sede de poder senão alinharem pelo mesmo diapasão, de forma a não se sentirem excluídos do sistema democrático. Todos os partidos que aspirassem a votos populares teriam de conter conotações “sociais” no seu nome e o próprio PSD muda o seu nome para “Social Democrata”, gerando essa situação inusitada no contexto europeu de Portugal ter dois partidos com nomes que, segundo a tradição ideológica europeia, ocupam o mesmo espaço do espectro político: o centro esquerda.

O Partido Socialista e o Partido Social Democrata como partidos de poder no mesmo país? Não sei o que é o 25 de Abril.

As inegáveis virtudes da democracia chegariam a Portugal à medida que estas se espalharam pela Europa, pondo fim às nocivas ditaduras vigentes durante o século XX. Contudo, esta antecipação da esquerda veio mudar a direcção do percurso democrático que se percorreu desde então: em termos pessoais, já nasci em período liberdade política (se entendermos que o voto é a única forma de liberdade política), mas nunca vivi em período de considerável liberdade económica neste país. Ser um empresário honesto, com ideias a realizar, criando evolução e progresso através da iniciativa individual, continua a ser menos compensador do que o simples convite social ao emprego de carácter burocrático. Os guardiões das plantas vermelhas são também os guardiões da subtil forma de dominação do sistema burocrático.

A título de exemplo, sei que vivo num país onde os comunistas (e a esquerda em geral) se tornaram donos do epíteto da liberdade, onde a sua apropriação do termo não choca ninguém porque a história local os assiste. Sabendo-se que os regimes comunistas se baseiam na repressão da mais elementar liberdade do indivíduo, termino o texto da mesma forma que o comecei. Não sei o que é o 25 de Abril.

Thursday, April 23, 2009

O SEF controla também a entrada de animais?

Todos os dias confirmo que a realidade é, de facto, mais estranha que a ficção. Acabei de vir de uma conferência sobre a imigração em Portugal apresentada por um funcionário do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). No final das conferência, houve lugar para as perguntas da audiência adereçadas ao conferencista Dr. Jorge Portas. Depois de quase hora e meia de apresentação, a primeira pergunta foi feita por um senhor na casa dos 50 anos que, sem qualquer pingo de ironia, faz a seguinte pergunta: “ Para além de pessoas, o SEF faz também controlo da entrada de animais nas fronteiras portuguesas? É que eu estou a estudar ecologia humana e gostava de saber.”

O conferencista retorquiu que o senhor devia estar confundido em relação à natureza do SEF.

Ao ouvir a palavra “confundido” apercebi-me que a diplomacia é uma arte sem limites.

Wednesday, April 22, 2009

A teleologia do rabo

O utilitarismo tem uma componente teleológica que se prende com a obtenção da vida boa, ou por outras palavras, da felicidade. Não obstante, deixemo-nos de intelectualidades. Na última semana, num debate sobre a essência da homossexualidade, ouvi a seguinte frase sobre o fim teleológico do uso do rabo: “ Não me venham com tretas, a função do rabo é cagar”. Se Nietzsche criticou severamente o objectivo do utilitarismo alegando que o fim último do homem não é a vida boa mas sim o poder, o que diria ele deste fim teleológico do rabo? Será que concordaria que o rabo é apolíneo ou pode também ser dionisíaco?

Tuesday, April 14, 2009

"O Gene Egoísta em The End of the Affair de Graham Greene"


Há um semestre atrás tive a honra de ser escolhido pelo professor Dr. Carlos Ceia, da Faculdade Nova de Lisboa, para figurar num E-Book com os melhores ensaios académicos da sua cadeira de Literatura Inglesa Contemporânea.

O ensaio de minha autoria chama-se “O Gene Egoísta em The End of the Affair de Graham Greene”. Este baseia-se numa análise do romance de Graham Greene sob uma perspectiva baseada na psicologia evolutiva.

Quem estiver interessado pode fazer o download da antologia “Talent Will Rise” directamente da página pessoal do professor.

Devo dizer que já li vários outros ensaios que estão lá presentes e a sua qualidade é evidente.

Recomenda-se.

Tuesday, April 07, 2009

Margaret Thatcher on Socialism



The Gap Between the Rich and the Poor

"As long as the gap is smaller, they rather have the poor poorer"

Friday, April 03, 2009

A Financial Crisis: Fighting Fire with Fire

The year of 2007 revealed a phenomenon that was already being developed for a long time: the financial crisis. It is not clear when it started exactly, but it was surely not yesterday. By definition, a financial crisis is a period of time in which some financial institutions or assets suddenly lose a large part of their value. This prominent event occurred because the financial bubble in the US housing market exploded, leading to a massive loss of money by the banks, to a general financial distrust, and, more recently, to a global recession. As a result, during recent times, the causes for this explosion have been seriously discussed: the most common entity to be blamed is what some people call “neo-liberalism”, which is a pompous name for pure economic freedom. Similarly, as sub-products of that concept, we get the sub-prime lending, speculation and the deregulation of the market as the engines of this hideous trouncing machine. In a moment of massive unemployment, as well as of economic difficulties, these are the mainstream scapegoats; still, are these targets being fairly accused?

What is not commonly said is that the risky loans given by the banks were a direct result of the action of the Federal Reserve: with the intention of putting more money in the market, the Clinton administration pressured the banks in order for them to expand mortgage loans among low and moderate income people. To attain that goal, deregulation was not the only measure that was taken; in the same way, interest rates were reduced to extremely low levels and state protection was offered in case of failure. This lead to risky loans that banks would not normally give, but because the state was assuming the risk, they were allowed to do it. Also and again, it is safe to say that this financial collapse was not the result of liberalism; ultimately, it was the result of the state intervention in the economy that subverted the natural rules of free market.

In some way, this crisis was a blessing for many politicians in power: with the media spreading the news that “savage liberalism” and greed were to blame for what happened, the governments from all over the western world took the opportunity to increase their power by enlarging the functions of state, by promising to regulate every human interaction to its core or by taking control of the economy; to put it in other words, by returning to classic Keynesianism. It is no surprise, according to politicians, free market is now the demon that should be hunt; as a consequence, personal freedom will become seriously damaged. Frightened by the catastrophic propaganda, people claim for more regulation, for more state control, forgetting that the state control will inevitably knock at their door one day, by intervening directly in their personal and professional lives.

State intervention brought us to this, but because of simplistic propaganda, people now want more state intervention to solve the problem that the previous intervention has created. Ironic? Lets just say that life is a Samuel Beckett play.
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