Friday, June 29, 2007

A verdade da mentira da verdade da...

É comum haver quem mascare os ímpetos sexuais com cultura. Parece-me também que uma ínfima percentagem dos que o fazem consegue transformar a conveniente máscara numa verdadeira face. Casos paradigmáticos de quando a persona atinge um determinado ponto de magnitude e a relevância do contexto anterior à mesma torna-se inexistente.

Tuesday, June 26, 2007

Lisboa, sendo assim...

No debate que passou ontem à noite na RTP1 (sobre as assimetrias Lisboa – Porto) descobri que Lisboa é a cidade da Península Ibérica com maior PIB per capita, estando à frente de Barcelona ou Madrid. Há alguns meses, um estudo indicava que Lisboa oferecia uma qualidade de vida superior à de Nova Iorque. Sendo assim, fico por cá (claro).

Monday, June 25, 2007

Laranjas


Se há coisa que me aborrece nas laranjas é o seu determinismo inexorável. Nascem para ser laranjas, vão ser laranjas, não podem ser vermelhas ou rosas, não, podem ser doces ou azedas, mas ninguém questiona a sua identidade. Poderiam não ser laranjas? Ora, que chato, sempre laranjas e mais nada.

Al Berto


Tenho o livro “O medo” na minha estante há algum tempo e só passei por lá a espaços e sem a atenção devida. Depois de ouvir a coragem que Al Berto teve ao defender uma ética que no momento se tornou mais importante do que a divulgação da sua arte, fez-me ir abrir o livro e dedicar-lhe algum do meu bem mais precioso, o tempo. A arte, mais do que sentimento ou inteligência, será na sua essência, muito possivelmente, atitude.

Friday, June 22, 2007

As minhas Big breasted blondes (amateurs or not is not important)

Agradeço desde já o convite feito pelo Magnuspectrus para fazer uma lista dos últimos livros sobre os quais me debrucei.
Ora cá vai ...

An Intelligent Person's Guide To Philosophy (1996) de Roger Scruton
Uma abordagem do filósofo aos temas mais preponderantes na vida e na filosofia. Como o sexo ou a “verdade”. Opondo-se a vários filósofos (normalmente pós-modernos) e construindo as suas argumentações com suporte em diversos pensadores.

“Ponto de vista explicativo da minha obra de escritor “ de Soren Kierkegaard
O título é auto-explicativo. O autor dinamarquês oferece uma análise das suas obras.

“The complete prose” Woody Allen
Uma reunião de crónicas do senhor, editadas em vários jornais e revistas americanas. É um livro que não se lê apenas, vai-se lendo e relendo.

“Portnoy’s complaint” de Philip Roth
Do qual já falei neste post.

Como não sei a quem devo passar o testemunho, o desafio fica em aberto para todos os que lerem este blog (3 ou 4 pessoas possivelmente), logo, já sabem quem são.

Wednesday, June 20, 2007

Posso ter graça?

O momento em que o humor se demite da sua função legítima de exercer as suas capacidades é o momento em que não temos o público adequado.
Sempre me achei um extremista involuntário, não porque procure os extremos, na generalidade dos casos estes até me repulsam, acabar numa polarização confusa e pouco estruturante poderá ser o meu apanágio, goste ou não. Dou por mim a achar que consigo ser uma pessoa com algum/bastante humor perante determinadas pessoas e um perfeito sensaborão junto de outras, mesmo considerando que estou igualmente bem disposto ao pé de toda a gente.

A palavra chave para o humor é “legitimidade”. Somos humoristicamente interessantes ou não mediante a permissão para exercermos a actividade. Com a Joana podemos ser muito engraçados e ela ri-se de quase tudo o que dizemos, com a Manuela, sabendo que ela não está tão disponível, melhoramos a qualidade das piadas (pensamos nós), mas ela acha que somos um palhaço triste que se esforça demasiado, com o João, uma piada de baixo nível com analogias a bananas ou anilhas garante a festa para a tarde toda, para o Diogo, “wit” é uma forma de mostrar-mos como somos muito inteligentes, como tal, ele prefere uma postura séria, pois assim não há como subverter argumentos com a perversão da chalaça e exercícios de auto-importância, com o Carlos não convém fazer piadas porque o nosso trabalho depende dele e as múltiplas interpretações do humor pode causar-nos dissabores irremediáveis, com o David, bem, para ele o humor simplesmente não existe, sendo melhor prosseguir em linha recta.

No filme “About a son”, Kurt Cobain diz que não era o ser soturno que toda a gente pensava que ele era, não só as suas letras estavam repletas de vastas ironias humorísticas como, no contexto certo, conseguia expressar o seu humor de uma forma completa. Consequentemente, disse que acha que nunca disse uma piada à frente do baixista Novocelic porque a sua relação profissional e de egos não o permitia, assumindo assim o papel do elo mais fraco. Não é preciso ir tão longe, os casos públicos paradigmáticos são os humoristas. Um humorista novato precisa de ser muito melhor do que um mais velho que já tenha crédito e legitimidade junto do público, ao ponto de por vezes estes(os veteranos) já só terem de aparecer (ou manter a actividade) para fazer esboçar sorrisos (desde que não abusem da sorte, naturalmente). A legitimidade faz-se sentir com veemência nos relacionamentos conjugais, quando a relação vai bem e o ressentimento é maleita do inferno dos outros, qualquer coisa dita é uma piada que propulsiona uma boa disposição congénita, assim que algo corre mal do ponto de vista relacional, nem o Groucho Marx tinha boas probabilidades de fazer rir a companheira, independentemente das suas qualidades humorísticas.

O que é que se retira daqui? Não sei, espero que ninguém me pergunte . Desconfio porém que é mais um revés iluminista, onde o contexto emocional define o que tem piada, e não o humorista ou a sua qualidade intrínseca ou quaisquer outros predicados escolhidos pela razão.
Quanto a mim, não me lembrei de fazer nenhum motejo neste texto. Porquê? Para quê? Mais importante ainda, para quem?

Tuesday, June 19, 2007

As vozes dos outros

“What, then, is time? If no one ask of me, I know; if I wish to explain to him who asks, I know not.”
St. Augustine

Nada como ter uma personalidade histórica a descrever o meu percurso educativo.

O malmequer nunca acerta

Eu sei.
Eu não sei.
Eu sei.
Eu não sei.
Eu sei.
Eu não sei.
Eu sei.
Eu não sei.
Eu sei.
Eu não sei.
Eu sei.
Eu não sei.
Eu sei.
Eu não sei.
Eu sei.
Eu não sei.
Eu sei.

Friday, June 15, 2007

Utopias

A generalidade procura atingir o conceito utópico da felicidade. Contento-me com menos, apenas almejo o conceito utópico da normalidade.

Thursday, June 14, 2007

Pessoas

O consumo genuíno de arte é o consolo praticamente absoluto dos socialmente ineptos.
A existência de pessoas que não o são é, para mim, o maior mistério da natureza.

Wednesday, June 13, 2007

Entendimento cognitivo

Zuu says:
mas é para anunciar o quê?
Zaa says:
uma gravação que uma banda fez no três pistas da A3
Zaa says:
que decorreu em Março
Zuu says:
a3?
Zaa says:
Antena 3
Zuu says:
haaa, pensava que tinham ido gravar para uma auto-estrada

Tuesday, June 12, 2007

O verão



"Summer in the city means cleavage cleavage cleavage"

Regina Spektor in "Summer in the city"

Monday, June 11, 2007

"jamais tendenciosa"

O FL comenta aqui que a escola pública é essa entidade “nada nada” tendenciosa no que diz respeito aos bons e aos maus da polaridade política. Tal faz-me lembrar que, há pouco tempo, veio-me parar às mãos o programa para o exame de português do 12º ano que está em vigor. Constato sem grandes surpresas que o autor dominante é Fernando Pessoa, com os seus heterónimos, o ortónimo e a mensagem. É bem sabido que Fernando Pessoa não era nada amigo das políticas esquerdistas, ele deixou escrito que os socialismos e marxismos eram modas estrangeiras adoptadas pelos intelectuais portugueses que pretendiam parecer modernos, considerava até essas doutrinas como traições à pátria, como ele deixou escrito ...

“De modo que é bom fixar isto, também: que ser monárquico é ser traidor à alma nacional, ser correligionário do Sr. Afonso Costa, do Sr. Brito Camacho, ou do Sr. António José de Almeida, assim como de vária horrorosa subgente sindicalística, socialista e outras coisas, representa paralela e equivalente traição. O espírito de tudo isso é absolutamente o contrário do espírito da nova corrente literária. Tudo ali é importado do estrangeiro, tudo é sem elevação nem grandeza, popular com o que há de mais mouraria na popularidade. Para nada de morte lhes faltar, nem anti-tradicionais são: herdaram cuidadosamente os métodos de despotismo, de corrupção e de mentira que a monarquia tão como seus amou.” Fernando Pessoa

Sabendo-se que seria muito complicado remover a presença de Pessoa do currículo escolar, o ministério da educação optou por acrescentar contrapontos políticos, mas não apenas 1, para a “luta” ser justa acrescentou 2. Consequentemente, é obrigatório estudar as peças de índole marxista de Luís de Sttau Monteiro e de Saramago, “Felizmente há luar” e “Memorial do convento” respectivamente. Peças que, em contextos diferentes, vociferam a mesma coisa, ou seja, que a igreja é apenas e só um pretexto para o autoritarismo, para o despotismo, cheia de hipocrisia e de entidades humanas sem escrúpulos. A autoridade, seja ela qual for, é corrupta e inumana, que as grandes histórias de amor se passam essencialmente entre pessoas do povo, oprimidas mas puras, em sacrifício mas boas. Os revolucionários têm sempre boas intenções e nunca se dá a entender que uma revolução é geralmente a passagem de poder de uns para outros, tendo os outros razão nas críticas feitas ao poder instituído, até, claro, chegarem ao poder. No entanto, terminando as histórias no ponto certo, ficam apenas os slogans igualitários e as inferências poéticas. É bonito, mas não me faz cantar só por si.
O meu desencanto com as escolhas do ensino público não começa e acaba aí, mas esta é sem dúvida uma das razões mais relevantes.
Felizmente, já há pessoas como o FL que vão reparando nisso.

Friday, June 08, 2007

A segunda parte...

Leio nos comentários do post anterior que outro dos nomes que surge nos cartazes do bloco de esquerda é a da Clara Ferreira Alves. Senhora que, segundo a Sininho, disse há pouco tempo que o Sá Fernandes devia ser embargado. Não há dúvida que estes nomes de apoiantes bloquistas espalhados por Lisboa são deveras intrigantes.

Deve haver poucas pessoas que defendem mais a contradição humana do que eu. Acho-a natural e até saudável, desde que seja inteligível.
Ao ver o nome de Miguel Esteves Cardoso naquele contexto, senti-me numa espécie de filme do David Lynch onde na primeira parte do filme as personagens possuem determinadas idiossincrasias e na segunda parte já não se sabe quem são, nem de onde vêm, nem para onde vão (Lost highway ou Mulholland Drive). Sendo assim, espero nos próximos dias poder conduzir por Lisboa e encontrar nesses respectivos cartazes os nomes de Pedro Mexia, João Pereira Coutinho, Pedro Lomba, Vasco Pulido Valente ou, porque não, a senhora Thatcher.

Tuesday, June 05, 2007

O zé faz falta???

Ao conduzir por Lisboa encontro infinitos cartazes de propaganda aos candidatos à câmara de Lisboa. Nada de anormal considerando que nos estamos a aproximar das eleições. O que vi entretanto é que achei menos normal. Um dos cartazes de apoio ao candidato do bloco de esquerda, um dos muitos que apresentam a frase “o Zé faz falta” assinada por muitas personalidades portuguesas famosas, tinha o nome de Miguel Esteves Cardoso. A minha pergunta é a seguinte. Este Miguel Esteves Cardoso que apoia o candidato do bloco de esquerda é o mesmo que esteve na formação do independente com o Paulo Portas, que foi a grande voz da direita conservadora contra a mentalidade esquerdista dominante no país, que inspirou uma geração de pensadores de direita? Se é, alguém me explique porquê, porque eu devo ter perdido alguma parte da história pelo caminho. Obrigado

Sunday, June 03, 2007

Determinismo

O problema do determinismo é que me lembra a quantidade de vezes que não meti conversa com aquela rapariga bonita que estava no bar.
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