"jamais tendenciosa"
O FL comenta aqui que a escola pública é essa entidade “nada nada” tendenciosa no que diz respeito aos bons e aos maus da polaridade política. Tal faz-me lembrar que, há pouco tempo, veio-me parar às mãos o programa para o exame de português do 12º ano que está em vigor. Constato sem grandes surpresas que o autor dominante é Fernando Pessoa, com os seus heterónimos, o ortónimo e a mensagem. É bem sabido que Fernando Pessoa não era nada amigo das políticas esquerdistas, ele deixou escrito que os socialismos e marxismos eram modas estrangeiras adoptadas pelos intelectuais portugueses que pretendiam parecer modernos, considerava até essas doutrinas como traições à pátria, como ele deixou escrito ...
“De modo que é bom fixar isto, também: que ser monárquico é ser traidor à alma nacional, ser correligionário do Sr. Afonso Costa, do Sr. Brito Camacho, ou do Sr. António José de Almeida, assim como de vária horrorosa subgente sindicalística, socialista e outras coisas, representa paralela e equivalente traição. O espírito de tudo isso é absolutamente o contrário do espírito da nova corrente literária. Tudo ali é importado do estrangeiro, tudo é sem elevação nem grandeza, popular com o que há de mais mouraria na popularidade. Para nada de morte lhes faltar, nem anti-tradicionais são: herdaram cuidadosamente os métodos de despotismo, de corrupção e de mentira que a monarquia tão como seus amou.” Fernando Pessoa
Sabendo-se que seria muito complicado remover a presença de Pessoa do currículo escolar, o ministério da educação optou por acrescentar contrapontos políticos, mas não apenas 1, para a “luta” ser justa acrescentou 2. Consequentemente, é obrigatório estudar as peças de índole marxista de Luís de Sttau Monteiro e de Saramago, “Felizmente há luar” e “Memorial do convento” respectivamente. Peças que, em contextos diferentes, vociferam a mesma coisa, ou seja, que a igreja é apenas e só um pretexto para o autoritarismo, para o despotismo, cheia de hipocrisia e de entidades humanas sem escrúpulos. A autoridade, seja ela qual for, é corrupta e inumana, que as grandes histórias de amor se passam essencialmente entre pessoas do povo, oprimidas mas puras, em sacrifício mas boas. Os revolucionários têm sempre boas intenções e nunca se dá a entender que uma revolução é geralmente a passagem de poder de uns para outros, tendo os outros razão nas críticas feitas ao poder instituído, até, claro, chegarem ao poder. No entanto, terminando as histórias no ponto certo, ficam apenas os slogans igualitários e as inferências poéticas. É bonito, mas não me faz cantar só por si.
O meu desencanto com as escolhas do ensino público não começa e acaba aí, mas esta é sem dúvida uma das razões mais relevantes.
Felizmente, já há pessoas como o FL que vão reparando nisso.
“De modo que é bom fixar isto, também: que ser monárquico é ser traidor à alma nacional, ser correligionário do Sr. Afonso Costa, do Sr. Brito Camacho, ou do Sr. António José de Almeida, assim como de vária horrorosa subgente sindicalística, socialista e outras coisas, representa paralela e equivalente traição. O espírito de tudo isso é absolutamente o contrário do espírito da nova corrente literária. Tudo ali é importado do estrangeiro, tudo é sem elevação nem grandeza, popular com o que há de mais mouraria na popularidade. Para nada de morte lhes faltar, nem anti-tradicionais são: herdaram cuidadosamente os métodos de despotismo, de corrupção e de mentira que a monarquia tão como seus amou.” Fernando Pessoa
Sabendo-se que seria muito complicado remover a presença de Pessoa do currículo escolar, o ministério da educação optou por acrescentar contrapontos políticos, mas não apenas 1, para a “luta” ser justa acrescentou 2. Consequentemente, é obrigatório estudar as peças de índole marxista de Luís de Sttau Monteiro e de Saramago, “Felizmente há luar” e “Memorial do convento” respectivamente. Peças que, em contextos diferentes, vociferam a mesma coisa, ou seja, que a igreja é apenas e só um pretexto para o autoritarismo, para o despotismo, cheia de hipocrisia e de entidades humanas sem escrúpulos. A autoridade, seja ela qual for, é corrupta e inumana, que as grandes histórias de amor se passam essencialmente entre pessoas do povo, oprimidas mas puras, em sacrifício mas boas. Os revolucionários têm sempre boas intenções e nunca se dá a entender que uma revolução é geralmente a passagem de poder de uns para outros, tendo os outros razão nas críticas feitas ao poder instituído, até, claro, chegarem ao poder. No entanto, terminando as histórias no ponto certo, ficam apenas os slogans igualitários e as inferências poéticas. É bonito, mas não me faz cantar só por si.
O meu desencanto com as escolhas do ensino público não começa e acaba aí, mas esta é sem dúvida uma das razões mais relevantes.
Felizmente, já há pessoas como o FL que vão reparando nisso.
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