O filme do Ingmar Bergman chamado “O sétimo selo” tem uma cena onde a morte surge para matar um actor, este, em desespero de causa, tentando ser poupado, pergunta à morte:
“ não há excepções para actores?”
É, na minha opinião, uma das metáforas mais fortes e mais bem conseguidas que vi nos últimos tempos (sim, eu vejo poucas coisas na vida), apenas e só porque sinto que todos nós somos actores em relação à vida e consequentemente, à morte. Todos os dias levantamo-nos da cama, saímos de casa, vivemos a nossa vida ignorando o pensamento de que não somos imortais. Vivemos bem com isso e ainda fazemos filmes de argumentos bélicos quando o empregado do banco a que fomos não nos recebeu com um sorriso nos lábios.