Não é preciso ler Gilles Lipovetsky ou qualquer outro autor que se debruce sobre a modernidade social para conhecer a história do individualismo contemporâneo e da sua correspondente solidão. Bem sei que se pode estar sozinho estando acompanhado, mas estaremos objectivamente sozinhos em termos relacionais?
Quando penso em toda as pessoas que conheço apercebo-me que quase toda a gente está numa relação amorosa, ou por outras palavras, que quase toda a gente tem um namorado ou namorada (mesmo que tenham mais do que um).
Sem qualquer tipo de rigor científico ou empirismo apurado, calculo que, dentro da faixa etária (19-35 anos), conheço 75% de pessoas que fazem parte de um casal (uns mais estáveis que outros, namorados ou casados) e apenas 25% estão realmente sozinhos. Isto faz-me suspeitar de muitas coisas. No entanto, como não quero cair na célebre falácia do argumento da experiência pessoal, aproveito para perguntar aos leitores deste blog (esperando eu que os haja) qual a percentagem dos seus conhecidos e amigos? 50%/50%, 30%/70%, 10%/90% ? São livres de reflectir e opinar nesta caixa de comentários. Muito obrigado.