Racismo e preconceito
Presenciei uma cena paradigmática do pensamento contemporâneo cosmopolita. Um rapaz e uma rapariga de nacionalidade portuguesa estavam sentados num bar do bairro alto com música ao vivo quando uma jovem mulata brasileira pediu à rapariga para dançar. O rapaz afoito e em jeito de brincadeira perguntou se a brasileira era lésbica visto que não o escolheu a ele, e a portuguesa também não acedeu ao seu pedido. Zangada, mostrando que o sentido de humor tinha sido deixado na América do sul devido ao medo de ter pagar taxas alfandegárias extra, a rapariga do sotaque tropical retorquiu agressivamente dizendo que os “Arianos” (portugueses?) são todos uns racistas, indo imediatamente ter com o porteiro para o convencer a expulsar os neo-nazis que nunca poderiam ganhar o “dança comigo”. Nada aconteceu e a história terminou ali. Resultado? Um comentário de género e de orientação sexual foi transformado imediatamente em comentário racial para efeitos de argumentação. A rapariga brasileira sabia que tem um trunfo social fortíssimo na mão e que o pode usar a qualquer momento com o apoio generalizado do politicamente correcto.
Edmund Burke (filósofo irlandês do século XVIII) diria que o que aconteceu não foi nada mais do que o uso do preconceito por parte de todos os intervenientes, visto que este é o resultado natural da história e funciona como um instinto, acrescentando que não há nada mais natural que um instinto. Burke fez a defesa do preconceito contra as vozes da Revolução Francesa que postulavam que o preconceito era contrário à razão, à natureza (a boa, claro, de Rousseau) e à felicidade terrena.
O preconceito é inevitável. Pode ser bom e ajudar-nos a tomar decisões correctas ou pode ser mau e impedir-nos de escolher caminhos ainda não explorados, prejudicando várias entidades. Mas sendo ele um instinto em si mesmo, nunca poderá ser eliminado por decreto de lei ou por instância superior, nem mesmo por alguém que se chame Sócrates (o que o coloca muito perto do governante iluminado ao jeito da república de Platão).
O racismo é naturalmente condenável tal como são todas as características negativas da natureza humana. No entanto, a supressão a priori dessas mesmas características , através da força ou da coação, sempre deu resultados monstruosos ao longo da história. Os nazis praticavam eugenia ou castração química para atingirem o “super homem Nietzschiano” e Estaline e Mao lutavam para acabar com o lado negativo e egoísta do homem que gerava o capitalismo e a desigualdade. “Matamos as ervas daninhas e deixamos as flores florescerem”, pareciam dizer. Que simpáticos.
Devido à luta de etnias ciganas e africanas na Quinta da fonte os estudos sociais “descobriram” que o povo português é racista porque desgosta dos lutadores de serviço. O povo já o sabia. Também sabia que qualquer voz de protesto público contra desordeiros é silenciada se o desordeiro for de outra minoria étnica. Ora, se não há discriminação negativa há positiva.
Burke sussurra-me que o preconceito não se pode abolir mesmo que se queira.
Talvez tenha também razão quando diz que só a história e o tempo podem mudar os preconceitos actuais e, claro, substituí-los por uns novos.
Edmund Burke (filósofo irlandês do século XVIII) diria que o que aconteceu não foi nada mais do que o uso do preconceito por parte de todos os intervenientes, visto que este é o resultado natural da história e funciona como um instinto, acrescentando que não há nada mais natural que um instinto. Burke fez a defesa do preconceito contra as vozes da Revolução Francesa que postulavam que o preconceito era contrário à razão, à natureza (a boa, claro, de Rousseau) e à felicidade terrena.
O preconceito é inevitável. Pode ser bom e ajudar-nos a tomar decisões correctas ou pode ser mau e impedir-nos de escolher caminhos ainda não explorados, prejudicando várias entidades. Mas sendo ele um instinto em si mesmo, nunca poderá ser eliminado por decreto de lei ou por instância superior, nem mesmo por alguém que se chame Sócrates (o que o coloca muito perto do governante iluminado ao jeito da república de Platão).
O racismo é naturalmente condenável tal como são todas as características negativas da natureza humana. No entanto, a supressão a priori dessas mesmas características , através da força ou da coação, sempre deu resultados monstruosos ao longo da história. Os nazis praticavam eugenia ou castração química para atingirem o “super homem Nietzschiano” e Estaline e Mao lutavam para acabar com o lado negativo e egoísta do homem que gerava o capitalismo e a desigualdade. “Matamos as ervas daninhas e deixamos as flores florescerem”, pareciam dizer. Que simpáticos.
Devido à luta de etnias ciganas e africanas na Quinta da fonte os estudos sociais “descobriram” que o povo português é racista porque desgosta dos lutadores de serviço. O povo já o sabia. Também sabia que qualquer voz de protesto público contra desordeiros é silenciada se o desordeiro for de outra minoria étnica. Ora, se não há discriminação negativa há positiva.
Burke sussurra-me que o preconceito não se pode abolir mesmo que se queira.
Talvez tenha também razão quando diz que só a história e o tempo podem mudar os preconceitos actuais e, claro, substituí-los por uns novos.
1 Comments:
Gostei da tua argumentação. :)
O preconceito é difícil de erradicar porque é resultante da ideologia, a qual é um reflexo superior das contradições socio-económicas da sociedade.
Enquanto houver desigualdades económicas e sociais, o preconceito será a sua arma de arremesso a fim de manter o statu quo.
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