Saturday, September 06, 2008

As mulheres e o determinismo evolutivo

For the woman, the man is a mean: the end is always the child.
Friedrich Nietzsche


É certo que Nietzsche não tinha a melhor imagem das mulheres. Também é certo que o mundo ainda lhe vai dando importância. Assim sendo, é difícil para um elemento humano do sexo masculino ficar indiferente à ideia Nietzschiana de que, na óptica feminina, o homem é apenas um meio para chegar a uma criança.
Bem sei que costumo dizer que as mulheres começam por procurar o parceiro ideal e passados vários anos, quando o relógio biológico lança ferozes ultimatos, já só procuram esperma (dentro ou fora do corpo masculino).
Calma, antes de começar a ser injuriado, devo dizer em minha defesa que digo-o sempre em tom de brincadeira, apesar de não crer que tal me salva da injúria externa.

Seguindo a lógica da citação que abre este texto, as mulheres irão escolher o parceiro baseando-se nas condições que ele vai oferecer para um possível filho, condições essas que serão tanto genéticas como sociais. Já li vários estudos sociais que mostram que as mulheres raramente casam com homens de classes sociais mais baixas que as delas, no entanto os homens parecem mais dispostos a casar com mulheres de classes mais baixas desde que elas sejam esteticamente apelativas. Entra a brigada do senso comum para dizer que é por motivos como esses que se diz que as mulheres procuram homens preferencialmente poderosos e ricos. Garantir as melhores condições para as crias parece ser o critério inexorável da entidade feminina. Há por aí mais algum jovem macho agitado por este determinismo ou sou só eu? Qualquer determinismo é assustador por transmitir a sensação de inevitabilidade e, consequentemente, de impotência. Através de exemplos, vamos então tentar salvar o género masculino deste determinismo

Há mulheres que casam com homens pobres, remediados e sem grande poder social. É verdade, mas este argumento não seja a ser digno desse epíteto porque mesmo que quisessem, não havia homens ricos e com poder para todas, e um investimento é um investimento, mesmo quando os adjuvantes de procriação não têm os predicados ideais. O argumento mais forte é o de que há mulheres que descobrem que, por razões genéticas, não podem ter filhos com os homens que escolheram e não os deixam por causa disso. Nem tudo é trágico, mas normalmente a luta não termina aí, a adopção é normalmente a opção seguinte, mantendo assim a importância e a ligação directa do poder social do macho à criança. Finalmente existirão as excepções, que são os casos onde na impossibilidade de ter filhos, não se dá uma separação conjugal, nem se parte para a adopção.

Abre-se a garrafa de champanhe. Viva o amor pelo amor e a amizade pela amizade. Mais uma vez as excepções salvam o dia desse terrível monstro do determinismo. Se toda a regra tem a sua excepção, é porque o arquitecto deste previsível mas incerto universo não quis que perdêssemos a fé na pessoa seguinte, ou até mesmo no segundo seguinte.

Não sei se Nietzsche sabia muito sobre mulheres. Mas calculo que uma sondagem feita ao público masculino iria muito provavelmente revelar que é muito mais fácil ser-se filho do que ser-se namorado/marido. E depois admiramo-nos de que os homens nunca crescem.

2 Comments:

Blogger Raquel Santos Silva said...

Temos de acreditar nas excepções... O determinismo é demasiado assustador.
Menos político, mais realista e moralista. Gostei :D

9/06/2008 12:38 PM  
Blogger J. Maldonado said...

Gostei deste post, pois, até certo ponto, a tua argumentação é verosímil. A actual conjuntura reflecte um pouco esse determinismo... ;)

9/06/2008 8:56 PM  

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