O Zeca e o beijo
Sentado na tasca com os amigos, Zeca estava já algo embriagado pelo vinho de fraca qualidade que costumava consumir cronicamente. A tasca estava semi-cheia, tinha um cheiro intenso a fritos, cerveja, vinho e odores corporais identificados facilmente até por entidades vivas desprovidas de olfacto. O movimento não era intenso, existia em quantidade suficiente para gerar um considerável ruído de fundo.
O Zeca folheava o Público, jornal que o dono da tasca tinha colocado no balcão juntamente com os jornais desportivos. Que outra coisa podia fazer se já tinha lido e discutido com minúcia os assuntos desportivos do dia?
Algures no meio do acto depara-se com a seguinte definição de beijo:
O beijo
Hormonal o suficiente para ser biologicamente sustentado mas visceral o suficiente para ser confundido com um acto de negociação. Racional, emocional, egoísta, interessado e sexual. Depois do homem politico de Aristóteles, eis o beijo político.
Intrigado, ele comenta com os companheiros da tasca:
- Olha, este fala de um beijo mas parece que fala do motor do carro da minha mulher.
Não obteve resposta. Os companheiros continuaram a beber as suas imperiais e a olhar para televisão. O Zeca continua:
- Olhem lá, quem é o Aristóteles? Acho que isto se refere à novela da Tvi que dá depois da 2ª novela, depois do telejornal, bem, ou é a segunda ou a terceira, nunca sei ao certo. Vocês viram se alguém deu um beijo estranho ontem à noite?
Depois de lhe dizerem que não tinham visto nada fazem notar que está a passar uma mulher decotada junto à vitrina. Aproveitando a deixa, o Zeca aproveitou para desenvolver o seu estado de intriga.
- Vocês bem gostam daquilo mas não chegam lá a ler o jornal Record. Aqui diz que o beijo é sexual, se calhar vocês deviam começar por aí. Só não percebo o que ele quer dizer por “biologicamente sustentado”, mas acho que já li algo como isto nas etiquetas do supermercado em alguns produtos.
Gera-se a indiferença
- Bem, vocês não me ligam nenhuma, depois admiram-se de nunca conseguirem mulheres. Olhe, eram mais uns caracóis e um copo de vinho por favor.
O Zeca folheava o Público, jornal que o dono da tasca tinha colocado no balcão juntamente com os jornais desportivos. Que outra coisa podia fazer se já tinha lido e discutido com minúcia os assuntos desportivos do dia?
Algures no meio do acto depara-se com a seguinte definição de beijo:
O beijo
Hormonal o suficiente para ser biologicamente sustentado mas visceral o suficiente para ser confundido com um acto de negociação. Racional, emocional, egoísta, interessado e sexual. Depois do homem politico de Aristóteles, eis o beijo político.
Intrigado, ele comenta com os companheiros da tasca:
- Olha, este fala de um beijo mas parece que fala do motor do carro da minha mulher.
Não obteve resposta. Os companheiros continuaram a beber as suas imperiais e a olhar para televisão. O Zeca continua:
- Olhem lá, quem é o Aristóteles? Acho que isto se refere à novela da Tvi que dá depois da 2ª novela, depois do telejornal, bem, ou é a segunda ou a terceira, nunca sei ao certo. Vocês viram se alguém deu um beijo estranho ontem à noite?
Depois de lhe dizerem que não tinham visto nada fazem notar que está a passar uma mulher decotada junto à vitrina. Aproveitando a deixa, o Zeca aproveitou para desenvolver o seu estado de intriga.
- Vocês bem gostam daquilo mas não chegam lá a ler o jornal Record. Aqui diz que o beijo é sexual, se calhar vocês deviam começar por aí. Só não percebo o que ele quer dizer por “biologicamente sustentado”, mas acho que já li algo como isto nas etiquetas do supermercado em alguns produtos.
Gera-se a indiferença
- Bem, vocês não me ligam nenhuma, depois admiram-se de nunca conseguirem mulheres. Olhe, eram mais uns caracóis e um copo de vinho por favor.
2 Comments:
Lindo! É mesmo o nosso zeca, o verdadeiro português de tasca, com o copinho e vinho e os caracóis... :D Que curioso que ele estava quanto àquele beijo...
Estupendo! Esse vosso Zeca é mm um personagem a desenvolver... Vinho e caracóis, q show!
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