Saturday, December 16, 2006

"A verdade inconveniente"

É bem sabido que os antropólogos estipulam o desaparecimento das pessoas loiras para dentro de sensivelmente 200 anos. Se não é bem sabido, então devia ser, é assunto sério.
A prevalência do gene “moreno” sobre o “loiro” é a principal razão para a ocorrência de tal fenómeno. Isto surge essencialmente como um duro golpe nas aspirações do macho ocidental (e não só) que durante tempos gerou cinema e literatura com inspiração nessas criaturas femininas de cabelo claro de quem se diz terem sempre tido a preferência deles. O arquétipo do casal cinematográfico por excelência continha, com raras excepções, uma menina do género. Segundo consta, poetas como Cesário Verde ou Teixeira de Pascoais suspiravam ininteligivelmente pelas estrangeiras de pele branca e cabelo alourado, e não estavam sozinhos. A mulher loira faz parte do imaginário sexual masculino. A cor loira está associada directamente a várias pretensões do homem na mulher como a juventude, o tom angelical (os anjos são loiros, certo?) ou a capacidade para sobressair e reluzir. No império romano eram pedidas perucas loiras feitas de cabelos de mulheres naturalmente loiras para satisfazer as romanas.
Agora assiste-se a este desastre incontornável que é o desaparecimento das mulheres loiras (alguém está preocupado com os homens loiros?). Este indomável fenómeno é gravíssimo quando comparado com as causas que geram movimentos para salvar as baleias ou outra espécie qualquer. Incrível. Pior!!! Como é possível haver tanta gente preocupada com o aquecimento global quando esta causa é incomparavelmente, indubitavelmente mais pertinente para o bem estar humano (masculino)? Com que direito vem o ex candidato a presidente dos EUA Al Gore apresentar um filme sobre o aquecimento global chamado “Uma verdade inconveniente”. Sem me lembrar de nenhuma verdade mais inconveniente do que esta, penso ser necessário realizar já o filme da nova causa mundial a que eu proponho o título de “A derradeira verdade inconveniente”. Irá ser um filme muito mais chocante a todos os níveis, será a preto e branco por analogia ao tema, representando assim a devastante perda de cor na genética humana. Não será recomendável a crianças no sentido em que vai conter imagens surreais como as de morenas a envelhecerem e a pintarem gradualmente o seu cabelo de loiro, mas com o desaparecimento das loiras verdadeiras, ao perder-se a referência a emular, a cor loira que elas adquirem acaba por afastar os machos, que vão ver no loiro uma cor capilar fraudulenta, tal como seria o azul ou o verde. Imagens ideológicas hediondas portanto. “Salvem as loiras” viria na sequência do mote “salvem as baleias ou o planeta” mas é preciso fugir aos mimetismos e lidar com o assunto de forma mais cuidadosa, afinal de contas, a estética é mais importante do que a humanidade em si. Preparem as câmaras, vem aí o drama. E que drama.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

- Al Gore nunca foi presidente dos EUA. Foi vice-presidente e ex-futuro-presidente - disse uma mulher loira. ;P

12/17/2006 12:46 AM  
Blogger the visitor said...

This comment has been removed by a blog administrator.

12/17/2006 4:07 AM  
Blogger the visitor said...

haha verdade, é óbvio. é o que dá quando se escreve sob o domínio hormonal :P
obrigado, já está corrigido.

12/17/2006 5:30 AM  

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