Tom Stoppard
Estamos aqui reunidos nesta ocasião solene para falarmos de Tom Stoppard.
Depois de ver a peça Rock N’ Roll que está em exibição no Teatro Aberto, tornou-se premente para a minha pessoa poder chamar o nome do seu criador para este blogue.
Tom Stoppard é um dramaturgo britânico de família Judia, nascido na Checoslováquia em 1937, que em 1939 foge dos nazis juntamente com a sua família e que depois de passagens por Singapura e Índia termina em Inglaterra onde se fixa definitivamente. Desiste muito cedo da escola, nunca frequentou a universidade, no entanto as suas peças são estudadas pela intelectualidade de todo o mundo. Interessa-se também por cultura sem fazer distinção de valor entre as suas paixões, a música denominada popular (patente na peça “rock n’ roll), a ciência, a matemática, a filosofia ou a literatura, todas elas ocupam espaços de destaque nas suas peças. Peças essas onde tem a tendência para colocar longos textos na boca de personagens que peroram sobre determinados temas, muitos deles representam a sua opinião pessoal, e muitos outros esgrimem argumentos contrários. Quase nunca há um vencedor lógico. Rock n Roll não é por isso um manifesto anti comunista, e muito menos será uma peça panfletária. Será, talvez, apenas a vivência humana da dúvida, do real e do utópico. É extraordinária porque nos agride com o óbvio que não é nada óbvio. Usa o empirismo para olhar para o futuro com as mesmas dúvidas de sempre, lembrando-nos que nós somos muito mais que razão, e que a nossa vida toda pode estar numa canção com o acorde certo. Essa canção pode não ser uma canção, pode ser qualquer coisa, desde um beijo a uma ida à casa de banho (não devemos excluir hipóteses que conferem sentido à vida).
Este britânico com origem no leste europeu gostava do teatro do absurdo, estilo com alguma tradição no centro da Europa. Lutou activamente contra os abusos do comunismo no leste europeu. É bem sabido que Tom é uma excepção na ortodoxia monolítica de esquerda no mundo da arte, tal como escreveu William Langley (Daily Telegraph).
O seu apreço pela senhora Thatcher já lhe valeu inúmeras críticas. Ele justificou esse mesmo apreço da seguinte forma:
“No período antes da chegada da senhora Thatcher tinha-se pouca consideração pela política. Era tudo tão limitado, tão hipócrita. Depois apareceu aquela mulher que parecia não ter maneiras absolutamente nenhumas e dizia exactamente o que pensava. Ficou toda a gente de olhos arregalados e de boca aberta, e eu gostei disso.”
Podemos definir Tom como um homem da direita? Possivelmente, se não quisermos ser rigorosos. Se quisermos ser, teremos de o definir como o homem que baralha os dados. E como eu gosto tanto disso.
Depois de ver a peça Rock N’ Roll que está em exibição no Teatro Aberto, tornou-se premente para a minha pessoa poder chamar o nome do seu criador para este blogue.
Tom Stoppard é um dramaturgo britânico de família Judia, nascido na Checoslováquia em 1937, que em 1939 foge dos nazis juntamente com a sua família e que depois de passagens por Singapura e Índia termina em Inglaterra onde se fixa definitivamente. Desiste muito cedo da escola, nunca frequentou a universidade, no entanto as suas peças são estudadas pela intelectualidade de todo o mundo. Interessa-se também por cultura sem fazer distinção de valor entre as suas paixões, a música denominada popular (patente na peça “rock n’ roll), a ciência, a matemática, a filosofia ou a literatura, todas elas ocupam espaços de destaque nas suas peças. Peças essas onde tem a tendência para colocar longos textos na boca de personagens que peroram sobre determinados temas, muitos deles representam a sua opinião pessoal, e muitos outros esgrimem argumentos contrários. Quase nunca há um vencedor lógico. Rock n Roll não é por isso um manifesto anti comunista, e muito menos será uma peça panfletária. Será, talvez, apenas a vivência humana da dúvida, do real e do utópico. É extraordinária porque nos agride com o óbvio que não é nada óbvio. Usa o empirismo para olhar para o futuro com as mesmas dúvidas de sempre, lembrando-nos que nós somos muito mais que razão, e que a nossa vida toda pode estar numa canção com o acorde certo. Essa canção pode não ser uma canção, pode ser qualquer coisa, desde um beijo a uma ida à casa de banho (não devemos excluir hipóteses que conferem sentido à vida).
Este britânico com origem no leste europeu gostava do teatro do absurdo, estilo com alguma tradição no centro da Europa. Lutou activamente contra os abusos do comunismo no leste europeu. É bem sabido que Tom é uma excepção na ortodoxia monolítica de esquerda no mundo da arte, tal como escreveu William Langley (Daily Telegraph).
O seu apreço pela senhora Thatcher já lhe valeu inúmeras críticas. Ele justificou esse mesmo apreço da seguinte forma:
“No período antes da chegada da senhora Thatcher tinha-se pouca consideração pela política. Era tudo tão limitado, tão hipócrita. Depois apareceu aquela mulher que parecia não ter maneiras absolutamente nenhumas e dizia exactamente o que pensava. Ficou toda a gente de olhos arregalados e de boca aberta, e eu gostei disso.”
Podemos definir Tom como um homem da direita? Possivelmente, se não quisermos ser rigorosos. Se quisermos ser, teremos de o definir como o homem que baralha os dados. E como eu gosto tanto disso.
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