Vamos falar de sexo !!!
Eis que chega o momento pelo qual toda a gente esperava. Vamos falar de sexo ( a melhor compensação para a ausência do mesmo). Sendo eu um especialista na arte da compensação (muitos anos a compensar impossibilidades da vida), inspirado por um debate sobre sexo em Portugal (há sexo em Portugal? ), não resisti a abordar o tema. Nesse debate participavam vários sexólogos, entre os quais estava a tão famosa Marta Crawford. Eu até não desgosto da senhora, para alguém que tem um programa na tvi até consegue ser bastante razoável e centrada na forma como lida com o tema em causa.
Há no entanto uma tendência generalizada para se usar palavras justificativas da acção junto do público, tais como “preconceito”, “tabu”, “ falta de abertura”, “visão machista”, “retrógrado”, entre outras... Sempre desconfiei (em doses consideráveis) de pessoas que argumentam contra factores supostamente existentes e estabelecidos para justificar a sua presença, entregando a si mesmo o título de missionários da boa vontade de índole heróica (pareceu-me um bom título). Ao ouvir o debate fui aceitando que os portugueses eram isto e aquilo, que não lidavam bem com o seu corpo, que não falavam sobre sexo, que havia imensos estigmas sociais, que não tínhamos travestis suficientes (inventado) e, claro, que lá fora era tudo muito melhor. Já todos conhecemos esta conversa. Depois passamos para outro campo que também já todos conhecemos, o campo onde se atribui todos os males à sociedade, ao bom velho estilo do Rousseau, o ser humano era perfeito (um bom rebelde) até começar a viver a viver em sociedade e então passou a ser corrompido. Ouvimos dizer que as diferenças entre homens e mulheres são essencialmente culturais, que uma mulher comporta-se de uma determinada forma porque os pais não a deixaram ir brincar às escondidas ou porque a ensinaram a sentar-se de perna cruzada. Ficam tão entretidos com isto que se esquecem da extrema determinação biológica sobre a qual os costumes foram logicamente construídos, mas como cada um quer sentir-se válido e em controlo, é preferível apontar o mais ínfimo pormenor social para dar a ilusão que de alterando esses factores estaremos a atingir a perfeição social (não sei se será a do Rousseau em processo retroactivo). Durante um debate sobre a masturbação já se ouvia a alta voz que as raparigas não estão tão à vontade ou têm mais dificuldade em descobrir o acto por causa das castrações sociais, até que uma alma caridosa se lembrou de dizer o óbvio, que a principal causa está no facto de se lidar com um órgão externo e passível de poucas variantes e, por outro lado, de se lidar com outro órgão interno e de funcionamento menos simplista (e eis que alguém acha a explicação demasiado fácil e propõe que sejamos todos hermafroditas). Naturalmente que somos seres sociais, mas quando se pensa que somos apenas seres sociais, algo já saiu fora da estrada.
1 Comments:
O pénis está mais à mão né?;)
Eu não acho muita piada a essas teorias (ou lugares comuns) que consideram os portugueses entidades sexualmente castradas.
1. O português é um homem de acção e não de palavras ;)
2. Estas teorias dão emprego a muitos sexólogos em revistas rosadas, programas de televisão e de rádio. O meu preferido ainda é o Júlio Machado Vaz, sempre relaxado e divertido.
3. Estes às vezes esquecem-se que o português deve ter 20 orgasmo por semana se quiser e se tiver vontade e não porque o sueco o faz.
4. Lembro-me de um estudo universitário que afirmava que o português ao pé do britânico é um leão na cama.
5. Actualmente a sociedade não nos castra. Está a pressionar-nos criando um autêntico stress sexual.
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