Wednesday, April 04, 2007

Mystic river



Colmatei hoje uma das minhas (muitas) falhas cinematográficas ao ver o filme de Clint Eastwood. Como só costumo colocar neste blog os filmes de que realmente gostei acabo por estar sempre a elogiar, coisa que não é mesmo nada o meu apanágio. Mas este filme para além de ter um argumento muito bem escrito, é intenso, não tem pontos mortos, reinventa a noção de jogo psicológico, leva-nos ao limites da resistência, assim como nos lembra que a maior luta que temos de travar é com a nossa mente (ou seja o que for que nos ultrapassa dentro de nós). Não é original ao mostrar que o sexo modela (ou define?)a nossa vida, mas como nenhuma peça de arte mostra o contrário, isso será uma falsa questão. Os actores são todos muito bons apesar de eu ter uma especial admiração por Kevin Bacon. Vários elementos ambíguos são deixados pelo caminho tornando-o mais “místico”, elevando-o a outro nível, talvez a um que muitos filmes de Hollywood (ou de qualquer sítio) não atingem. O personagem de Laura Linney (admiro-a ainda mais do que Kevin Bacon mas não me perguntem porquê) chama-se Annabeth. Chegando ao fim ela comporta-se com uma Lady Macbeth de corpo inteiro, numa abordagem aos acontecimentos de que não estava à espera mas que faz todo o sentido por oposição à atitude da outra personagem feminina importante presente no enredo. Quando a ambiguidade ganha com classe eu normalmente aplaudo.

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