sobre o post anterior ...
É difícil não ficar deliciado ao receber várias observações antagónicas em relação ao post anterior a este, porque esse é um dos objectivos de um “firestarter”.
Em primeiro lugar, eu não estou certo da existência efectiva das mulheres, ou do conceito de mulher. Olho à minha volta e não vejo nenhuma, nada que se assemelhe (o que é natural, pensam as pessoas, considerando que eu escrevo textos como aqueles), e como sou redutor, opto por não acreditar que existe algo mais do que eu consigo ver.
Voltando ao texto, naturalmente não vou defender o carácter científico da tese, nem a recomendaria como tese de doutoramento (bem, depende da área especifica do curso em causa e especialmente da universidade). Por tendência só defendo a ironia e o sarcasmo, se bem que, desde que me apontaram que “sarcasm is the lowest form of wit” eu optei humildemente por moderar as doses do mesmo, mas como humano que sou (ou espero ser), aniquilar esse meu lado seria como amputar uma perna, ninguém fica incólume à supressão de uma característica natural.
No caso deste texto, é certo que não cristalizo tudo o que está nele (para confirmar o FL) mas é interessante e divertido o suficiente para o ter em conta enquanto nos vamos perdendo no mundo do relativismo.
As categorias em causa, se bem me lembro (eu tenho memória curta e sempre agradeci a deus por isso), eram apenas sobre o comportamento feminino em relação ao sexo oposto e não sobre todas as facetas que suplantam esse campo e espaço (apesar das interligações, não sendo preciso ir buscar o famoso judeu austríaco que conectava o sol, se possível, com eventos sexuais).
Aparte da ideia do post apetece-me falar sobre outra questão relacionada.
É “redutor”. Uma palavra ouvida até à exaustão nos dias de hoje. Se por um lado tem validade argumentativa, por outro é redundante em si mesmo. Toda a objectivação da realidade é redutora, num caso extremo de tentativa de não ser redutor, o vazio seria o destino (não é por acaso que se associa o niilismo ao pós-modernismo e ao relativismo, bla ,bla...). Não é por isso que o ser humano pára de tentar entender o mundo, assim como não é por isso que deixa de tentar viver o mais possível mesmo sabendo que vai morrer. Todos nós temos comportamentos redutores no dia à dia, comportamentos que são verdadeiros axiomas e que não questionamos porque nos permitem suportar a vida e atingir algo mais alto, mesmo sabendo que o chão não é conhecido ou seguro. Com esta tendência castradora da aversão à redução, é possível que qualquer dia se atire a toalha para o chão. A estupidez que muitas vezes advém do risco de tentar algo mais é necessária para a evolução, o que me faz querer aplicar a velha máxima popular “serve de exemplo para como não se faz” (e como me sinto bem nessa posição). Parafraseando o Woody Allen, “é fantástico como uma espécie consegue viver e lutar com a única esperança de que as próximas gerações possam continuar o trabalho das anteriores e saber um pouco mais.”
Para terminar, voltando ao tema do post anterior, gostava de deixar aqui a dúvida mais pertinente (ok, pelo menos uma das mais pertinentes). A ideia central de avaliação do tema pode ter sido escrita por mim mas inspirada na teoria elaborada por uma mulher. O que faria com que frases de reacção ao texto como “é por isso que os homens não percebem as mulheres” ganhassem um novo sentido.
2 Comments:
"Olho à minha volta e não vejo nenhuma" - Vives num mosteiro ou numa prisão sem visitas conjugais? ;)
Dizes, e bem, que a palavra redutor é ouvida até à exaustão nos dias de hoje. Não será pelo facto de ser também uma expressão de defesa da entidade categorizada?
"os funcionários públicos trabalham pouco". O sindicalista responde: "Isso é redutor"
Claro que ser redutor é algo presente no nosso pensamento e na nossa vivência e, como referes, não é por isso que as pessoas bloqueiam. Contudo, há atitudes e pensamentos redutores que são tão cómodas e fáceis que podem, junto de algumas pessoas, perverter a realidade e resvalar para situações perigosas. Basta ver o telejornal da TVI: todos os homossexuais são pedófilos e todos os muçulmanos são terroristas.
Claro que a qualidade do acto redutor depende do seu criador e o seu impacto da qualidade intelectual do receptor. (acho que acabei de chamar zombies ao pessoal que vê a TVI...)
Outra das funções do acto redutor écriar categorias ou estereótipos municiem o sarcasmo e o humor como acontece com o teu texto. Com o mesmo fim, Este fim-de-semana também estereotipei as cabeleireiras.
Não me espanta que essa teoria venha de uma mulher. Por acaso não lhe perguntaste em qual categoria ela se inseria? Julgo que quando estereotipamos, falando por mim, ficamos sempre tentados a colocar a nossa pessoa numa classe agradável.
Em resumo, do ponto de vista humorístico, gostei muito do texto. Enquanto tese é redutor ;)
E ainda bem que é, senão seria um post em branco ;) (eu nem sei se é possível fazer um post em branco, nunca tentei)
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