Friday, October 06, 2006

As mulheres (título alternativo "este é muito longo, leiam o próximo")

O grande desejo do homem heterossexual será, em última instância, perceber as mulheres(mesmo não se percebendo a ele mesmo, mas isso é outra história).

O Oscar Wilde dizia que as mulheres não foram feitas para serem percebidas mas para serem amadas, no entanto, as críticas são ferozes. Ele era gay, ele era alienado, ele era juvenil (ou high camp, como um amigo inglês me disse), ele era homem. O que percebia ele de mulheres(vá-se lá perceber estas relações até chegar à pergunta)? É melhor esquecer, o Wilde não interessa nada para esta questão. Já o senhor Foucault( que estou sempre a esquecer, ou forçosamente a lembrar) com a sua aversão a categorias ficaria a detestar-me com o que eu descobri hoje.

Descobri que as mulheres se dividem em 4 categorias comportamentais.

A categoria principal é a que em bom vernáculo é denominada de “gaja boa”.
A “gaja boa” é a grande multinacional que domina o mercado, podendo ser, a título provisório, a Microsoft do sistema social feminino. São aquelas que são mais pretendidas e que por conhecimento desse facto, sabem que podem agir , entrar, causar danos, sair, manipular, ser manipuladas, destruir , causar impacto imediato usando nem que seja apenas o poder da sua imagem. O poder é um instrumento que só os parvos (por favor não me venham com a história do altruísmo) não usam para seu proveito.

A segunda categoria é a das mulheres que apesar de não serem “gajas boas” tentam um exercício de mimetismo. Copiam as vestimentas, os adornos, tiques, o estilo de vida, os comportamentos gerais apenas e só porque optam por não inventar a roda. No entanto, acabam por nunca passar de imitações e as entidades masculinas quando têm de optar entre o produto original e o copiado, optam pelo original (quando podem escolher). É uma opção que visa na realidade obter os restos, ou seja, optar pelos que estão fixados na primeira opção mas que por uma razão ou por outra não conseguiram atingir esse objectivo nem conseguiram abdicar dos contornos desse sonho.

A terceira categoria define-se como a das mulheres que ao perceberem que não estão na primeira categoria optam por estudar o sistema da mesma , perceber os pontos fracos, e atacar nesses mesmos pontos (serão a Apple?). É reconhecido que quando alguém obtém poder através de determinada forma, opta por manter a origem do poder para que este esteja sempre forte e não diminua. Poucos são os que quando chegam ao topo optam por se desconstruir e seguir por outra via (dão bonitos contos, mas não são de todo a regra). Ao reconhecerem este facto, estas mulheres vão usar como armas o que pensam faltar nas mulheres da primeira categoria... cultura, conhecimento e uso deste últimos para a cativação e manipulação. Estas mulheres podem não entrar de rompante e causar estragos de imediato no seu objecto de desejo, mas entram aos poucos, ganhando a mente do mesmo, entrando nos seus hábitos, nas afinidades e por fim nos sentimentos. Estas mulheres entram lentamente no circuito sanguíneo como um vírus inofensivo mas que quando o infectado dá por ela, já é tarde demais, o “vírus” faz parte da sua estrutura.

A última categoria é composta pelas revoltadas contra o sistema. Como não pertencem à categoria principal revoltam-se e saem do mercado. Detestam os homens e a sua tendência para só gostar das mulheres que são tudo o que elas não são. Estas mulheres tanto podem juntar-se à extrema esquerda para culparem o capitalismo da exaltação da beleza feminina e da sua futilidade (entre todas as outras coisas), como podem em casos extremos tentar a homossexualidade (cujo sucesso da tentativa ultrapassa-me) antes dos gatos.

Naturalmente que há casos onde as mulheres estão no limbo de categorias e como tal o que as faz optar por determinado comportamento é a forma como se avaliam a si mesmas, o que acaba por ser um processo determinante.

O meu dia chegou ao fim, as categorias também, e amanhã este texto vai ser um peixe morto a flutuar por águas do universo dos blogs.

PS: Tudo na vida é uma brincadeira, e entre o tudo e o nada há coisas que fazem sentido momentaneamente, mesmo que os momentos sejam efémeros... como tudo o resto.

5 Comments:

Blogger Blondie said...

Mas que categorias tão redutoras :p
As mulheres são mais do que está a ser descrito nessas 4 categorias. Ou será que os homens só vêem esses aspectos nas mulheres? Pudera que depois afirmem que não as compreendem...

10/06/2006 11:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

Então temos a boa, a wannabe, a que usa a cabeça e a outsider potencialmente espectadora do "The L Word" ;)
. Não adepto de categorias devido ao seu carácter redutor contudo, estereotipar é um processo extremamente criativo e divertido.Basta ler o teu post.
Agora, não considero que as mulheres se resumam a isto e, se bem entendi o que li, tu também não.
E digo-te mais, há mulheres tão complexas (e complicadas) que para as definir teríamos categorias para cada uma ;)

10/07/2006 2:15 AM  
Blogger Blondie said...

Também não me acredito que o Visitor pense, lá no fundo lá no fundo, que as mulheres se resumem a 4 categorias...
Mas isto de andar sempre a citar Oscar Wilde, pode levar a "misunderstandings" ;))

10/07/2006 12:33 PM  
Blogger Rita said...

saber que isso tudo é a visão de um homem não me deixa propriamente feliz.

10/08/2006 4:03 PM  
Anonymous Anonymous said...

Afinal,este longo post sintetiza-se em apenas dois tipos de "gajas" *risos*:As "gajas" boas e as Wanna Be ("gajas" boas).

10/17/2006 11:36 AM  

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