Monday, September 03, 2007

Eu

Para recomeçar um novo período neste blog (agora identificado), nada como um exercício de egocentrismo tão costumeiro na minha pessoa. Achei que seria interessante revelar ao mundo que sou uma pessoa (ponto final) .Redundante, errático, orientado para as convicções com a solidez dos castelos de areia, definido pela dúvida como sendo esta parte da expressão “ohh my doubt!!”, mas também definido pela certeza, essa mesma, a que inexoravelmente nos impõe um destino comum (ou aparentemente comum). Dito isto, torna-se premente frisar que sou um ser humano em part-time, Não admira que me paguem mal para o ser. Falta-me especialização.

Sou um conservador e um liberal. Apesar de existirem vozes que afirmam que ambas as posições são incompatíveis. Não concordo com elas, mas mesmo que concordasse, o facto não de me sentir compatível com o meu eu seria a coisa mais normal do mundo. Se há algo que eu respeito neste mundo é a normalidade. Historicamente, os conservadores já fizeram mais pelo liberalismo do que muitos partidos liberais, casos de Reagan ou Thatcher, sendo a liberdade de acção individual a característica primordial a conservar na ideologia em causa. Um conservador é um cínico, não acredita na mudança pela mudança nem no progressismo incauto, no entanto ele não é de todo avesso à mudança, apenas requer mais provas do seu funcionamento antes de ela ser implementada.

Na minha área criativa eu experimento todas as hipóteses, principalmente as mais improváveis, perguntando-me muitas vezes se não estarei a perder a lucidez e o meu tempo por estar a tentar soluções tão improváveis, só o faço porque sei que estou à procura da evolução que é necessária à vida, daquele toque de utopia que talvez seja tangível por um momento, no entanto só irei fazer algo (objecto de criação) ver a luz do dia quando passar todos os testes que eu considero serem precisos para tal se suceder. Não deixa de ser frustrante, cria-se muito para no fim ter tão pouco. É aqui que a quantidade perde a validade da sua expressão quantitativa e cada um vive (in)feliz como pode.

Não sei se serei um cínico, não sei se dominarei o sarcasmo, não sei se a ironia é minha amiga ou se a resignação ao “real” é o meu prato preferido, mas sei que não sou dado a fantasias concretas, mas se me derem fantasias abstractas a roçar o non-sense posso ser o vosso melhor amigo durante uma tarde, ou duas, ou três, mediante a qualidade da abstracção em causa, desde que em qualquer momento não vislumbre que o non-sense era para levar a sério, aí saio do jogo, ou, se acreditarmos que a existência é um jogo, salto para outro.

Ontem, alguém me disse que só os maus criadores é que seguiam tendências que estão a vingar no momento e que eram muito cerebrais nas suas escolhas/processos . Eu acredito que toda a arte digna desse nome é um processo intelectual que eventualmente representará emoções passadas, apoiado em emoções presentes, mas essencialmente intelectual. Fui muito sincero na minha resposta a essa pessoa, respondi muito simplesmente “ não te preocupes, eu estou no caminho certo, não faço a mínima ideia do que estou a fazer”.

Welcome to my world

2 Comments:

Blogger magnuspetrus said...

Welcome back! Já fazia falta à blogoesfera!

9/03/2007 9:57 AM  
Blogger the visitor said...

Muito obrigado. Como leitor, nunca a deixei. Let the games begin.

9/04/2007 4:27 AM  

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